Luan Santana conta ao G1 em entrevista, como foi trocar os shows lotados por uma live no jardim de sua mansão em Alphaville, na Grande São Paulo, onde está com a família. O show no YouTube, no fim de abril, foi a segunda live dele. Antes, fez uma apresentação religiosa no Instagram, em março, com convidados.

G1 – Você sempre quis cantar para cada vez mais gente… Mas pela primeira vez na carreira, você tem que lidar com o que a gente vive agora, de fazer algo legal, mas sem aglomeração. Como você fez sua live pensando nisso?

Luan Santana – Esse foi o principal desafio, né cara? Apesar que esse momento é um momento muito íntimo que a gente vai entrar na casa das pessoas e que elas estão juntas, a família está junta e precisa se sentir abraçada pela nossa música. O importante é fazer isso e regado às doações, ao lance de ajudar as pessoas.

Falando de cenário e de estrutura, é o jardim da minha casa. O cenário é todo natural, ao invés de usar leds, equipamentos de iluminação e de projeção de efeito especial… eu usei só coisas naturais, com as flores e tal. E pra captação de vídeo não sei te dizer quantas pessoas tinha, mas foi o mínimo possível pra uma transmissão de imagem com qualidade de som e imagem.

G1 – Uma coisa que é comum nas lives é que as famílias ajudam. Aconteceu com o Dennis DJ, com Sandy & Junior… Como a sua família te ajudou?

Luan Santana – No meu caso, foi o meu roadie, né? Aquela pessoa que fica levando toalhinha, água, todas as coisas… Minhas roadies foram a Jade [noiva] e a Bruna, minha irmã. Na churrasqueira, fazendo um churrasquinho pra gente, estava o meu primo. A minha mãe também ficou fazendo umas outras coisas ali.

É muito importante a gente passar um bom exemplo, além de cuidar dos nossos, né cara? Eu acho que a gente passa por um momento bem delicado que a gente tem que pensar certinho, antes de fazer as coisas. Eu já estou com mil ideias na minha cabeça pra próxima.

G1 – Você teve chance de ver muitas lives, antes de fazer a sua. E você viu lives com aglomeração, viu várias ideias sendo postas em prática… Você viu bem o que cada artista estava fazendo para pensar no que poderia funcionar ou não?

Luan Santana – Eu acho que a live, esse gênero, esse modo live é uma oportunidade de a gente ser a gente mesmo. É algo que eu sempre pensei: “eu preciso ser eu mesmo”. Quem eu sou? O que é que eu vou falar? Qual vai ser o meu discurso? Que sentimento eu vou passar, vai ser de uma coisa engraçada, vai virar vários memes cômicos… O que eu quero transmitir?

Pensei em estar ali com minha família e no máximo dois músicos. Quero evitar aglomerações, me divertir acima de tudo. A gente separou um repertório de 52 músicas [risos] e vamos ver se a gente estende. E aí no meio da live, eu falei “Depois de cinco minutos, vou voltar”. Era como se fosse um clube secreto, ali, sabe?

Voltamos sentados, com a imagem paradinha ali, só fazendo um modão que é algo que faz parte da minha infância e da minha formação musical. Foi muito genuíno e sincero.

G1 – Sua primeira live foi uma live gospel no Instagram. Por que você decidiu fazer essa primeira live com músicas religiosas?

Luan Santana – Foi naquele primeiro momento, né cara? Em que a pandemia se espalhou e todo mundo começou a ficar em casa. Se não me engano, eu acho que eu fui o primeiro que fez live, no Instagram. E aí eu falei:

“O que as pessoas precisam agora, como a gente pode ajudar, qual a forma mais efetiva de chegar no coração das pessoas e acalmar todo mundo, né?”

Hoje em dia, não que esteja calmo, mas as pessoas já entenderam. Eu falei: “As pessoas precisam de calma. Eu quero chamar alguém que passe calma, paz pras pessoas que vão ver”. Eu sou um grande amigo do Padre Fábio, né? Foi o primeiro nome que eu liguei.

Logo depois, liguei pro Deive Leonardo e pro André Valadão [pastores]. E foi uma comoção essa live. Tanto pra mim, quanto pras pessoas que assistiram. Porque foi emocionante, eu acho que foi de muito bom tom assim e as pessoas tiraram muito proveito das coisas que a gente disse, das músicas que a gente cantou. Causou um efeito muito lindo.

G1 – Como é a sua ligação com música religiosa. Tinha costuma de ir a cultos, missas na infância e na adolescência? Qual sua ligação com música cristã?

Luan Santana – Minha ligação é total, cara. Antes de eu começar a fazer show, antes de ter uma carreira, eu tocava na igreja, eu aprendi a tocar violão pra tocar na igreja. Então, eu conheço muita coisa de música religiosa. Não é algo que é fora do meu mundo. “Eu estudei em colégio católico, né? E participava dos grupos e tocava nas missas direto, toda semana. É um ambiente que eu me sinto muito confortável. Que eu posso dizer com propriedade.”

G1 – O que você quer fazer na segunda live? O que acha que tem que repetir e quer fazer de mais diferente na segunda vez?

Luan Santana – O meu sonho era conseguir juntar os meus músicos, cara. Juntar, mesmo que separados. Eu falo de bateria e todo mundo que costuma fazer os shows comigo na estrada. Eu estou tentando achar um jeito.

Antes de te ligar, eu tive uma outra ideia que me veio na cabeça. Mas estou naquela fase de brainstorm ainda comigo mesmo. Pensando em algum jeito de ser diferente das outras lives e que se encaixe dentro do que a gente precisa hoje em dia que é de evitar aglomeração e tal.

G1 – Você tem visto muita live, até quem não via muito show na TV está vendo, então imagino você que já acompanhava tanto… Quais você gostou mais?

Luan Santana – Uma que eu adorei foi a da Ivete, da Sandy & Junior, eu também adorei. Eu estou vendo todas e tenho gostado muito. Porque ali eu vejo muito o artista sendo ele mesmo, sabe? Sem nenhuma carapuça, sem nenhuma armadura, não tem edição. É no “entre” das coisas que a gente conhece a pessoa.

Para finalizar, Luan disparou:

“Eu acho legal a live porque não tem máscara, né cara? Você faz a sua música, do seu jeito, não tem nenhum tipo de programa pra afinar sua voz, né? [risos] Quem é desafinado é desafinado mesmo. E vão bora. Isso é o mais legal de tudo. É o que as pessoas gostam de ver.”

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