dvdp

Todo mundo já sabe que domingo foi realizada a gravação do terceiro DVD do Luan Santana. A imprensa toda já noticiou e tudo mais. Pois cá estamos nós com a nossa visão de todo o evento. Mas de antemão já posso dizer que foi a gravação de DVD mais profissional do ano até agora. Talvez a gravação mais profissional à qual já assisti. Incrível como tudo aconteceu sem qualquer contratempo, sem atrasos, quase sem repetições, sem qualquer tipo de problema.

Bem, na verdade não sei se pode ser considerado tipo assim um problema, mas a única coisa um pouco fora do normal que vi por lá foi uma fã ou outra perdendo a força e cambaleando, quase desmaiando, pra depois o corpo de bombeiros ter o trabalho de socorrer e ver que não era absolutamente nada. É que uma desmaiou (ou fez que desmaiou), a outra achou bonitinho e quis desmaiar também e por aí foi.

Mais uma vez, aliás, Luan Santana provou ser o artista com a maior e mais sólida base de fãs da música brasileira. Nunca vi um grupo de fãs tão disciplinado e engajado. É coisa de primeiro mundo. A gravação começaria apenas no fim da tarde, mas os fã-clubes foram avisados para chegar às 14:00 hs. E chegaram. Às 16:00 hs, a arena da gravação já estava toda ocupada. Milhares de garotas (alguns garotos também, claro), algumas com seus pais, todas com faixinha na cabeça (incluindo alguns pais, rsrs), cartazinho de cartolina nas mãos e uma gritaria desenfreada a cada pessoa diferente que subia no palco para fazer algum ajuste. Músicas decoradas, principalmente as inéditas que haviam sido liberadas no YouTube para que a galera pudesse aprender. Enfim, no quesito “público” o DVD já estava garantido. Nada daquela galera fria de sempre, que nunca participa e, pior, ainda fica de costas para o palco.

O local da gravação foi a Arena Maeda, um resort na área rural da cidade de Itu, que costuma receber aos fins de semana turistas da capital e das cidades ao redor, como Sorocaba, Campinas, Jundiaí e mais um punhado. O local também é conhecido por abrigar um dos maiores festivais de rock do Brasil, o SWU. Bom, era conhecido, já que não sei se os roqueiros vão querer continuar tocando num lugar agora profanado pelo Luan Santana.

A chegada ao local é bastante trabalhosa. Alguns quilômetros de estrada de terra, que começam na rodovia Castelo Branco. Os convidados foram divididos em 3 hotéis, em duas cidades diferentes. Daí pensa só na complicação que não deve ter sido a logística. Aeroporto em uma cidade, hotel em outra e festa em outra. Enfim, um tour pelo interior de São Paulo em apenas dois dias. E todas as chances do mundo de um desencontro, de um atraso, de uma bagunça. Mas como eu disse, nada de errado aconteceu.

O recinto da gravação recebeu uma decoração bem peculiar. Os dois camarotes de convidados, assim como algumas outras estruturas em torno da arena, cobertos com arcos coloridos, contrastando com a decoração do palco. A arena recebeu ainda algumas flores gigantes cenográficas. O palco, sem cobertura, ganhou painés de LED dispostos em forma de uma chama gigantesca, cujas cores mudavam a cada música.

Foi uma das primeiras vezes (aliás, acho que a primeira) que a gravação começou exatamente na hora prevista. A intenção era pegar o pôr do sol. E a abertura do show aconteceu exatamente no momento em que o sol se punha, quase como se fosse cronometrado. A gravação começou exatamente às 18:00 hs. Daí por diante, pouquíssimas repetições. Fora a abertura, que foi refeita porque o Luan entrou atrasado na canção, apenas 3 ou 4 músicas tiveram que ser gravadas novamente durante todo o show, que se encerrou quando faltavam 5 minutos para as 20:00 hs. Ou seja, menos de duas horas de gravação, o que com certeza deve ser algum tipo de recorde. Merece no mínimo uma medalha.

O DVD foi produzido pelo Dudu Borges e o repertório também figurou entre os pontos mais elogiados da noite pelos presentes. Mesmo com o cuidado de se manter certos elementos “luansantanísticos” no disco, como alguns lances eletrônicos, o disco em si ficou bem mais sertanejão do que o habitual para o artista, o que já vinha sendo ensaiado pelo Luan desde seu último trabalho. Baladas com letras mais profundas, inteligentes. E ele gravou, vejam só, 3 ou 4 vaneiras, com direito a sanfona e tudo, além de viola caipira em uma delas. O DVD ainda trouxe um pout pourrie de canções na linha clássica, com “Anjo Loiro” e “O último dos apaixonados”.

Apenas “Promete”, “Te Vivo” e “Nega” estiveram entre as canções do disco anterior regravadas no DVD. O momento mais marcante foi a gravação da música “Te esperando”, que aconteceu perto do começo do show, com o público todo cantando a música a plenos pulmões. Todo o restante do disco, fora aquele pout-pourrie que eu já citei, foi de canções inéditas e das presentes no EP lançado há pouco. Boa parte delas assinadas pelo Matheus Aleixo, algumas em parceria com o Felipe Oliver e/ou com o próprio Luan, mais algumas pelo Bruno Caliman, outras pela Márcia Araújo, pelo Caco Nogueira, entre outros. Apesar de numa gravação quase sempre ser bastante complicado prestar atenção no repertório, a aceitação das músicas, pelo menos por parte dos convidados, foi muito positiva.

Confesso para vocês, queridos leitores, que prestei menos atenção às músicas do disco do que deveria. É que o ambiente estava tão agradável, o papo com todos os amigos presentes estava tão bom que eu acabei participando do evento sem nem perceber o tempo passando.Estava tudo fluindo tão perfeitamente que o tempo passou voando. Nenhuma nuvem no céu, nem um LEDzinho dos painéis estragado, nem um canhão de papel picado defeituoso (e olha que haviam muitos), não faltou bebida e nem comida para os convidados, nada de aperto nos camarotes, o público participando com vontade, como se não houvesse amanhã. Sem dúvida a gravação de DVD mais profissional da qual já participei. A quem interessar possa, aliás, foram 17 mil pagantes, 1000 convidados, 500 profissionais envolvidos e 9 músicas inéditas.

Sobre o Luan Santana, sua desenvoltura é unânime. É difícil achar alguém do mercado sertanejo que não o considere um dos, ou talvez o melhor artista em atividade na nossa música. Um domínio do palco sensacional, uma maneira ímpar de lidar com as fãs, um talento que parece aumentar e se tornar mais sólido a cada ano. Luan Santana é de fato um artista completo. E a julgar por tudo o que ele vem fazendo e por mais essa gravação, é seguro dizer que a música sertaneja está em boas mãos.

Fonte: Blognejo

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR...